Spok Frevo Orquestra

A Spok Frevo Orquestra apresentou-se no VII Baile dos Seresteiros da Pitanguinha, no Centro de Convenções de Maceió. A orquestra tocou numa formação com cantor, cantora e passistas, diferentemente de quando se apresenta em teatros e festivais de música, onde os músicos tocam sentados e a platéia presta atenção a eles, esquecendo-se da dança.

Fiquei surpreso quando Spok falou sobre o prazer de tocar em Maceió, que é a "terra de João Lyra, Dida Lyra e Everaldo Borges". Este último eu conheço pessoalmente e cada vez mais fico convencido de sua grandiosidade. Aliás, Alagoas tem músicos de altíssimo nível como é o caso do citado Everaldo Borges (saxofone e outros instrumentos de sopro), Wellington Pinheiro (cavaquinho, violão, bandolim e o que mais der a ele) e Wilbert Fialho (violão). Isto só para citar os que já tive o prazer de tocar junto ou de ouvir ao vivo.

Mas a minha intenção ao escrever este texto é falar sobre a Spok Frevo Orquestra. Já a conhecia do carnaval do Recife e através de citações de Zeca Baleiro (que em Recife pediu perdão a Spok por tocar um frevo) e Moraes Moreira (que compôs uma música intitulada "Spok frevo spok"). Entretanto, por ocasião do Baile de Máscaras dos Seresteiros da Pitanguinha, tive a imensa felicidade de observar atentamente a orquestra e sentir o peso de todos aqueles metais no palco.

Mesmo tocando um repertório muito popular, devido ao caráter festivo e dançante do evento, percebi o jazz que há no frevo da orquestra de Spok. Prestei atenção no baixo e na guitarra. O swing jazzístico estava ali. A guitarra, um belíssimo exemplar acústico, imprimia muitos acordes em curtos intervalos de tempo. Mesmo não sendo um bom conhecedor de jazz, meus registros de memória musical apontaram para a percepção do ritmo americano presente naqueles frevos executados pela orquestra.

No vídeo abaixo, o frevo Passo de Anjo. Note, caro leitor, que neste a formação da orquestra é puramente instrumental, a que o próprio Spok gosta mais. Aliás, ele está sendo o responsável por retirar o rótulo de música de carnaval que o frevo tem. Frevo é para se ouvir o ano inteiro. Spok que o diga!


obs.: legenda foto: Eu e Spok antes da Orquestra começar a tocar / crédito: Ísis de Cássia Santos

Comentários

Adriano (pop) disse…
Boa música é pra o ano todo sim !!
Ísis disse…
Perfeito! O texto, o frevo, Spok, a foto que eu tirei (rs)...
Unknown disse…
É assim que se escreve Salomão. As palavras brotam do coração. É como tocar um instrumento com muita dedicação. Lembrei-me da adolescência, agarrado num cruel piston, tocando nos palanques das ruas empoeiradas de foliões. Ai de mim se não tocasse frevo, do Vassourinha ao Esquenta Mulher, passando por Vulcão e Bate Estaca, autênticos frevos pernambucanos. Spok está reeditando uma época que foi colocada pra escanteio pelo carnaval-axé. Carnaval pra mim é freve...puro freve no pé. É mela-mela, é bloco de rua, é animação na base da chuva, suor e cerveja. Parabéns.
Unknown disse…
Adorei a descrição do acontecimento, lamento por não ter ido. Adoraria escutar uma boa música ao lado de sua doce companhia!
Unknown disse…
SSSpok,
SSSSSSSSSSalomão e
SSSSS...CCCCerveja!!!
Jack Moreira disse…
Belo texto para descrever uma grande companhia de música mostrando que sabe falar do assunto.Já tive a linda oportunidade de ouvir os senhores Spok's tocando na forma de frevo de rua,dança,dança e dança e não teatral.E o que posso lhe dizer é que frevo o ano todo é uma delicia de se ouvir e se balançar.Escuto a todo momento,época,estação.Pernambucanidade como dizem que tenho demais aqui,manifestada e apreciada de forma destilada não tem época pra ser curtida.Graças a Deus irei ver outra vez no carnaval em Recife!kkkkkk!!
Abrazo!
Iara Glória disse…
Olá Salomão,
bom texto e excelente inspiração...
SUCESSO com o seu grupo musical!
Espero um dia poder ouvi-lo...
Maestro Spok, Maestro Forró, Maestro Gil...representações de nossa cultura musical ... o que é bom devemos ouvir sim o ano todo.
bjo
Beth Rigatto disse…
Absolutamente fantástico!

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