EM MI MENOR
Eu sou alguém revoltado com a realidade social à nossa volta. Não sou militante político ativo, por vontade de me dedicar sempre à música, que exige muito de um ser humano. Mas não sou um alienado que só enxerga claves de sol em sua frente.
Desde cedo tenho uma revolta com os decasos, os demandos e os desserviços de particulares e entes públicos. Morando em Maceió, neste Estado de Alagoas, tão rico por um lado, tão pobre por outro, aumenta cada vez mais a minha indignação frente às mazelas de nossa sociedade.
A revolta atinge o meu espírito criativo e eu crio uma música cuja letra transcrevo a seguir:
Em mi menor
Posso fazer uma canção
Em mi menor
Expurgarei do coração
E farei minha catarse
Pra dizer da revolta por que passo dia-a-dia
De perceber que ano passa, ano vem e a burguesia não consegue resolver
Ou talvez o seu Estado não queira saber
"Eu não tô nem aí,
Não ando por aí
Meu filho nunca foi aí"
O Trio Malacada está ensaiando esta música e espero mostrar a quem se interessar em breve. Abraço a todos.
Comentários
Abraço.
Isolda.
E eu, que não tenho o talento que você tem, procuro me virar, protestando do meu jeito. Daquele meu jeito...rs
Viva a arte engajada! E torçamos para que vivamos dias melhores.
Ah! E depois toque pra mim vum?! ;)
Bjos
Você tem uma arma nas mãos, precisa utilizá-la, a música quebra barreiras, ultrapassa o espaço e o tempo, podem levar as pessoas a reflexão.
Foi um dos meus piores comentários.
:P
Dai
Abaixo um poema meu:
O NOVO TREM
Foi nesta cidade de belas praias poluídas que nasci.
Nesta cidade onde a corrupta ganância engorda poucos
E tornam outros tremendamente esfomeados.
Foi entre brilho e sujo que cresci,
Eu crendo e sendo a iludida promessa de loucos,
Que nos governam em sua burrice de desesperados.
Foi aqui que minha infância se cobriu de fantasias:
E todo aquele tempo foi para tremendas contradições.
A dança marítima e sua brisa me enchiam de paz,
Mas logo depois uma poeira periférica de alergias
Traziam multidões de agonizantes alucinações
De uma gente esquecida, deixada pra trás.
E o que fazer já nesta idade adulta e amargurada?
Talvez seja melhor sonhar com puros folguedos;
Sonhar com outros enredos de uma felicidade perdida.
Mas parece tarde, pois minha gente angustiada,
Volta-se para fugazes, estrangeiros brinquedos,
Que iludem e parecem a solução mais precisa.
Eu sigo meu passeio sobre as linhas tortas de ferro,
Nela conheço a gente, a carência que dela suspira.
Não é como eu essa gente que não vê seu destino.
Diferente de mim que inutilmente rasgo meu berro,
Minha gente é calada e só sabe de uma triste fadiga
Exposta no sono do balanço do trem vespertino.
Vai saudosismo de um tempo que não conheci,
Deixa-me, pois uma novidade esmaga teus sonhos,
Um novo trem está chegando para embelezar a cidade.
Já vejo a velha visão de tempos que não esqueci,
Uma cobra brilhante entre os barracos bisonhos,
A pura contradição desta podre realidade.
de certa forma vc não vai até a nota Ré
pois suas idéias não te permite fazer isso
e gostei viu...
mesmo!!!
cara fiquei muito feliz por vc!!! continue com esse talento!!!
^^
Soube que irá tocar no trote, dia 09, é verdade?
Te verei lá se tiver confirmado!
Té!!
=****
Beijos,
Dayane