FEMUSESC: FESTA FECHADA PARA CONVIDADOS

De toda forma, “a” ou “o” FEMUSESC é muito desorganizado! Não possui edital que defina os critérios, as notas para cada quesito e outras informações para que as músicas sejam escolhidas de maneira justa.
Em 2009, foram inscritas 270 músicas, até 13 de fevereiro. Três dias depois, em 16 de fevereiro, as canções selecionadas para se apresentar no estacionamento do Jaraguá já estavam arroladas no site do SESC. Ora, como ouvir e julgar 270 músicas num final de semana apenas? Quais foram os critérios de eliminação?
Como as canções são escolhidas, atualmente? Pelo famoso “Q.I.”, o “Quem Indica”. Um ex-funcionário do SESC descortinou para este escriba como funciona.
Num FEMUSESC passado, havia uma comissão para escolher a música vencedora. Nesta comissão havia um professor da Universidade Federal de Alagoas. Ao final das apresentações, o professor votou numa determinada canção, mas foi “encorajado” a observar melhor para uma outra. O professor, após uma certa pressão, votou na canção que o pessoal do SESC queria!
Também num FEMUSESC passado, um cantor inscreveu a gravação apenas de sua voz, sem acompanhamento de instrumento algum. E foi selecionado! Enquanto isto, outras bandas gastam seus parcos recursos em horas de estúdio para gravar algo de qualidade e não são selecionadas. Ademais, como música instrumental concorre com música mista (instrumental e vocal)? A letra e os arranjos das canções são analisados? Um cantor ou uma banda já conhecida em Maceió tem mais chance de entrar no festival?
São questões pertinentes a fim de moralizar o FEMUSESC, que atualmente seleciona as pessoas pelo grau de conhecimento com os funcionários do setor de música do SESC. Uma dica: observem o edital do FEMUARTE, o Festival de Música e Arte de Garanhuns-PE. Percebam a diferença na organização de um festival. Tudo bem que o FEMUARTE cobra R$ 50 por música inscrita, mas, se o SESC consegue realizar um festival sem cobrar inscrição, que o faça da melhor forma possível!
Comentários
O que mais me chamou atenção foi o número de artistas que já haviam participado de alguma edição anterior do(a) mesmo(a).
Afinal, como mostrar as revelações do estado quando a maioria dos artistas se repetem com o passar dos anos. O vencedor, inclusive, tinha mais uma música concorrendo.
Esta é mais uma coisa que a falta de edital deixa como brecha.
Após a confirmação de um participante do ano passado que era muito "difícil" chegar à seleção final ficou ainda mais difícil acreditar na idoneidade da festa/festival se é que existe alguma.
E Salomão, faltou comentar que os organizadores defendem que o(a) Femusesc não é uma competição. Mas houve um vencedor, como se explica esta loucura?
Parabéns de novo pelo post.
E aproveito para engrandecer o que tenho em minha cidade, o verdadeiro festival (FEMUARTE), apesar de poucas edições, mas grandioso pela oportunidade que as revelações têm.
E o MALACADA vai tocar. Rs!
Gostaria que esse texto atingisse mais pessoas e que não ficasse restrito a esse espaço. Quando tiver uma oportunidade eu falo com tu.
Parabens!
Infelizmente, vivemos em uma sociedade que o vale é ter e não ser, ou seja, você vale o que possui. Alguns podem colocar a culpa no chamado “jeitinho” brasileiro e alegar a falta de impessoalidade, mas, acredito que há outros elementos em jogo.
Não acho que o festiva deve ser moralizado*, a questão é organizar e fiscalizar para que todos possam concorrer de forma justa.
Acredita que um dia me disseram para não levar a sério os testes de “Q.I”. (?)
*remete a idéia de bem e mal.
vejo que essas músicas servem apenas como um propósito para se dizer que se valoriza a música alagoana, pois no fundo percebo que o que se vem fazendo é atrair público para se atrair patrocinadores, tanto que as pessoas dizem "vou pra o Jorge Vercílo" e muitos ainda reclamam da demora das músicas alagoanas executadas.
e por aí vai...
agora, pare de puxar o saco pra tua terra menino!! oxe!!
tava conversando com um parceiro nosso, pernambucano, sobre cultura alagoana e pernambucana. talvez esteja ai um dos pontos mais importantes da diferença.
E mais: o que vi lá foi uma passarela de caricaturas, que passou a impressão de algo orquestrado para agradar todos os públicos: desde a galera “um banquinho, um violão” até a linha do rap. Uma mistura interessante, mas claramente proposital.
Afora os aforismos, e embora gente de qualidade tenha subido ao palco, sobrou sim a sensação de que muitos artistas bons ficaram de fora.
Obs.: o mestre de cerimônia era patético.
Abraço.
Isolda.
www.malajornalistica.blogger.com.br
alagoas é um local que está praticamente transbordando de arte meus amigos... o que torna o esta situação mais deprimente ainda.
Por que não manda este texto par alguém de lá, para ver o que "oficialmente" justificam?
Ah, muito boa a mudança visual do blog, especialmetne a frase no final.